terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

O que fazer quando seu filho lobinho diz que não quer ir a uma reunião escoteira?

Olá, gente! Eu sou Akelá Tássio, da Alcateia Piatã, e resolvi dar uma orientação para os pais que passam pela situação descrita no título do post, pois percebi que há pais que não sabem o que fazer nesse caso. As orientações deste post se destinam aos pais de escoteiros e escoteiras do Ramo Lobinho, mas também podem ser aplicadas, em maior ou menor grau, aos pais de escoteiros e escoteiras dos ramos Escoteiro e Sênior. Também não estão cobertas neste post todas as situações que podem ocorrer, apenas algumas situações que julguei importantes de serem destacadas.

Quando seu filho diz que não quer participar de uma reunião escoteira em determinado dia, o primeiro e mais importante passo é conversar com ele para determinar a causa dessa resistência. Isso pois o diálogo entre pais é filhos é o mais importante para entender os motivos do jovem não querer participar de reuniões escoteiras. Essa determinação de causa pode ser feita quando, no diálogo, o jovem conta qual é a causa, mas ele também pode não querer contar que causa é essa por vergonha ou outro motivo, e aí você terá que usar de observação e interpretação para chegar até a causa da resistência. Dependendo da causa determinada, as medidas tomadas variam.

Se a causa de seu filho não querer ir numa reunião escoteira for agressão física, assédio sexual ou assédio moral, por exemplo, tome todas as medidas apropriadas para proteger seu filho. Identificar o(s) agressor(es) ou assediador(es) (que pode ser do sexo masculino ou feminino, maior ou menor de idade) e tomar as medidas legais contra ele(s) também é muito importante para que essas agressões ou assédios não se repitam mais com nenhuma pessoa. A direção e a chefia do Grupo Escoteiro são parceiros das famílias nesses momentos, e também para evitar que isso aconteça. Inclusive todas as pessoas a partir dos 18 anos precisam fazer um curso de proteção infanto-juvenil para poder associar-se ao Movimento Escoteiro. Por isso, caso você perceba alguma situação de violência ou assédio, busque a direção do Grupo Escoteiro, pois esta é a melhor forma de proteger a todos.

Se a causa de seu filho não querer ir numa reunião escoteira for doença ou mal-estar, então cada caso deve ser avaliado individualmente. Por exemplo, se o jovem estiver com uma doença contagiosa, não deve ir às atividades do Grupo Escoteiro. Se estiver com desarranjo intestinal, também não deve ir. Mas se for algo mais leve como febre baixa, pé machucado, braço machucado, o jovem deverá ir sim à reunião escoteira. Você pode estar pensando "Mas o médico proibiu ele de fazer atividade física". Isso é um impedimento para o jovem participar de parte das atividades de uma reunião escoteira, mas não de todas. Como o Escotismo trabalha o desenvolvimento físico, intelectual, social, afetivo, moral e espiritual dos jovens, existem várias atividades que não dependem de esforço físico que o jovem pode participar, como capacitações, rodas de conversa, Conselhos de Matilha (para eleição de cargos, por exemplo), Rocas do Conselho, jogos intelectuais, afetivos, sociais, etc. Nesse contexto, caso você e seu filho se sintam mais seguros e confortáveis, você pode acompanhá-lo durante o período da reunião.

Se a causa de seu filho não querer ir numa reunião escoteira for preguiça ou também desinteresse, eu lhe garanto que seu filho lobinho tem competência para optar em não participar de atividades recreacionais, o que NÃO É o caso do Escotismo; mas ele não tem competência nenhuma para optar em não participar de algo referente a sua educação, o que É o caso do Escotismo. No Movimento Escoteiro, assim como na escola, as atividades são progressivas. Elas não são escolhidas aleatoriamente. Se seu filho faltar 1 dia, dependendo de que dia for esse, há a possibilidade de ele ser afetado pelas consequências dessa falta por meses. Como as reuniões escoteiras costumam ser semanais, comparativamente, faltar a 1 reunião escoteira equivale a faltar 1 semana a escola ou trabalho. Ninguém é obrigado a ser escoteiro, mas quando um pai ou mãe escolhe ingressar seu filho no Movimento Escoteiro, a participação dele nas atividades escoteiras não pode ser baseada em humores ou desejos momentâneos, pois é um compromisso. E compromisso e responsabilidade são duas das qualidades que são trabalhadas dentro do Escotismo. Enquanto o jovem fizer parte do Movimento Escoteiro, esse é um compromisso que deve ser seguido, assim como outras obrigações que temos, como ir à escola, ao trabalho, participar das eleições, etc.

Há situações em que não é possível que seu filho vá a uma reunião escoteira (e em todas elas a chefia deve ser comunicada). Para todas as outras situações, é uma obrigação do pai, mãe ou responsável fazer com que ele participe de todas as atividades escoteiras programadas.

Por fim, é muito importante destacar que o desinteresse do jovem pode ser causado por um motivo que pode ser melhorado pela chefia. Por isso, o diálogo contínuo dos pais com seus filhos e com a chefia ajuda o Grupo Escoteiro a melhoras as atividades escoteiras da melhor maneira possível.